Quem sou eu

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Um vagabundo do infinito. Por ter iniciado minha vida artística na ditadura sempre utilizei pseudônimos. Poeta da chamada "geração mimeógrafo". Colaborei em alguns jornais e revistas, criei e editei a revista "Energia", o programa de rádio "Solitário nunca mais", atuei e/ou dirigi diversos espetáculos teatrais, entre eles: "Teatro relâmpago Show", "Curso para Contemporâneos", "O Labirinto", "Noites em Claro", "Vida Acordada", "A Improvisação da Alma" e "Dorotéia". Criei e dirigi o grupo de pesquisa teatral "Vagabundos do Infinito". No momento além do single "Canção ao coração de Andressa" estou lançando o álbum musical "Misturadinho" em parceria com Paulo Guerrah e JMaurício Ambrosio.

domingo, 31 de março de 2013

Tudo o que você sempre quis saber sobre os coelhos de Páscoa e ninguém nunca contou.


Crianças, todos nós sabemos que Papai Noel não existe. Só as crianças muito pequenas e sem noção acreditam nessa farsa capitalista. Nós até fingimos que acreditamos já que tá valendo um presente, e não é uma falha de caráter tão grande assim nossa falsidade já que todo o Sistema converge para isso.
A coisa é diferente quando falamos de coelhos de Páscoa. Todo mundo sabe que coelhos existem. Porém, temos que estar atentos às diferenças. Coelho de Páscoa não é igual àqueles coelhinhos fofinhos que vemos encarcerados nas lojas de bichinhos fofinhos com olhares sofredores. Sim, ninguém pode ser feliz encarcerado. Esses coelhos não botam ovos. Eles cagam pela casa toda, mas ovo, nem pensar. E seu cocô (viva o diferencial!) nem é de chocolate. Eu já provei. É de merda mesmo. Os coelhos de Páscoa são outra espécie de coelhos. É aí que mora o perigo.
Existem milhões, talvez bilhões, de coelhos da Páscoa espalhados pelo mundo. Ou como é que vocês acham que eles iam deixar ovos por toda a parte do mundo? Coelho é rápido, mas nem tanto. Eles devem ter se originado na Ilha de Páscoa, daí o nome, mas há muito tempo se espalharam para todos os continentes. Só que tem uma coisa: vocês já viram um coelho da Páscoa? Tenho certeza que não. Não vale falar daqueles pobres coitados que passam dias nos shoppings dentro daquelas fantasias se derretendo para ganhar umas merrecas. Conheço um cara que já fez isso e sei do que estou falando. E se eu disse acima que tenho certeza que vocês nunca viram um é porque sei que essa espécie de coelho é invisível aos nossos olhos.
Todos nós, crianças espertas, sabemos que nossa visão só capta um determinado espectro de cores. Aquele que aparece nos arco-íris. O infravermelho e o ultravioleta nós já não enxergamos, no entanto eles podem queimar a nossa pele, por isso usamos protetor solar. Pois bem, os coelhos da Páscoa são de uma cor dois espectros acima do ultravioleta. E os olhos são infravermelhos. Isso faz com que nós não os enxerguemos. Mas há milhões, talvez bilhões deles por aí. Inclusive nas nossas casas. Sabe quando você deixa um brinquedo em um lugar e depois, quando vai olhar, não está mais lá? Pois é. Provavelmente um coelho pegou pra brincar e largou em outro canto.
Por isso aparecem ovos de chocolate nas nossas casas, é que uma vez por ano eles botam esses ovos. Sempre 40 dias após o Carnaval, que é quando eles concebem. Por isso fica todo mundo doido no Carnaval. Os coelhos de Páscoa exalam feromônios de coelhos que afetam também os humanos e os deixam daquele jeito. Então não estranhe seu pai de batom, minissaia e sutiã a não ser que ele apareça assim em outra época do ano. Os coelhos só exalam essa substância no Carnaval.
Esses ovos contêm bebês-coelhos da Páscoa dentro, além de eventualmente alguns bombons. Quando abrimos os ovos eles nascem. Alguns bebês-coelho são inadvertidamente comidos no processo, daí algumas diarreias. Bebês-coelho não fazem bem aos nossos intestinos. Mas isso não afeta significativamente a reprodução deles.
Agora cabe perguntar: qual o sentido disso tudo? Todos nós sabemos que o chocolate dos ovos de Páscoa é diferente dos outros chocolates que comemos no resto do ano. Ficamos eufóricos e dá aquela vontade irresistível de comer tudo de uma vez. E nem nos damos conta de que há vários coelhos e bebês-coelho invisíveis na nossa casa. E o que eles fazem na nossa casa além de sumir com nossos brinquedos e as coisas da mãe. Ela está sempre procurando algo seu que misteriosamente não está onde ela deixou. Será que servimos só para trazer à luz os seus bebês-coelhos da Páscoa? Que efeitos mais terá o chocolate dos ovos sobre nós? Serão os coelhos da Páscoa alienígenas que vieram nos colonizar? Será que por detrás de sua aparente bondade em nos conceder ovos tão saborosos não haverá seres malignos a nos dominar? Afinal ficamos dóceis depois de nos empanturrar, e meio lesados. Será que não estão sugando nossa energia? São perguntas que não querem calar. O que fazer diante dessa situação? Bem, vocês eu não sei, mas eu vou acabar de comer meu ovo de Páscoa...
                                                                                                            Juquinha.