Quem sou eu

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Um vagabundo do infinito. Por ter iniciado minha vida artística na ditadura sempre utilizei pseudônimos. Poeta da chamada "geração mimeógrafo". Colaborei em alguns jornais e revistas, criei e editei a revista "Energia", o programa de rádio "Solitário nunca mais", atuei e/ou dirigi diversos espetáculos teatrais, entre eles: "Teatro relâmpago Show", "Curso para Contemporâneos", "O Labirinto", "Noites em Claro", "Vida Acordada", "A Improvisação da Alma" e "Dorotéia". Criei e dirigi o grupo de pesquisa teatral "Vagabundos do Infinito". No momento além do single "Canção ao coração de Andressa" estou lançando o álbum musical "Misturadinho" em parceria com Paulo Guerrah e JMaurício Ambrosio.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A saída, onde fica a saída?


Não tenha medo do vazio.
Ele estará lá, sempre, esperando.
Enquanto nos agarramos desesperados às ilusões,
Mesmo às que não sabemos serem ilusões,
O vazio nos espreita, impávido.
Afoitos, tropeçamos, esbarramos,
Comemos, lambemos, nossa própria confusão.
Imploramos por ela, para fugir do escuro.
Sim, lá dentro é escuro e vazio.
E grande. Muito grande.
Dá medo, eu sei.
Temos medo do que podemos encontrar lá.
Talvez medo que não haja nada.
Nada além do nada.
E não há.

Não conhecemos nada e fingimos que sabemos tudo.
Só por medo, por ter onde nos agarrar.
O bote salva-vidas da cultura.

Ah, e não confunda cultura não é arte.

E tem o Fazer. Fazemos... qualquer coisa,
Fazemos e fazemos.
Só para não lembrarmos que ele está lá.
Bem lá dentro.
Esperando.
Vazio.

Não, não podemos parar,
Não queremos olhar,
Não queremos saber.
Mesmo assim vou te dizer.
É, sim, um grande, tenebroso e assustador vazio.

Por um único motivo.
Simples assim.

Esse imenso vazio
Só existe
Porque você não está lá.
Está aqui fora, fugindo dele.
Entre, ocupe-o,
E não haverá mais vazio nenhum.

Somos maiores por dentro.

                                                           Pomar.