Quem sou eu

Minha foto
Um vagabundo do infinito. Por ter iniciado minha vida artística na ditadura sempre utilizei pseudônimos. Poeta da chamada "geração mimeógrafo". Colaborei em alguns jornais e revistas, criei e editei a revista "Energia", o programa de rádio "Solitário nunca mais", atuei e/ou dirigi diversos espetáculos teatrais, entre eles: "Teatro relâmpago Show", "Curso para Contemporâneos", "O Labirinto", "Noites em Claro", "Vida Acordada", "A Improvisação da Alma" e "Dorotéia". Criei e dirigi o grupo de pesquisa teatral "Vagabundos do Infinito". No momento além do single "Canção ao coração de Andressa" estou lançando o álbum musical "Misturadinho" em parceria com Paulo Guerrah e JMaurício Ambrosio.

domingo, 25 de outubro de 2020

 

Nessa manhã de domingo chuvosa, sentado na rede, na varanda, reparando, quando a chuva estiou, na claridade esbranquiçada do sol, ainda oculto, fazendo as folhas umedecidas brilharem, as gotas de chuva penduradas se tornarem pequenas joias, ouvindo os cantos dos pássaros enquanto eventualmente os fotografava quando vinham assustados comer a banana que eu colocara na cerca para que se alimentassem. No meio disso lendo Bradbury e me deparando com um conto maravilhoso chamado “Eu canto o corpo elétrico!”. Outro canto que encanta, enleva e acaricia o pensamento, dessa vez na forma de letras e palavras e poesia que nós, macacos pelados desenvolvemos ao longo do tempo. O canto do espírito humano que eu lia em um dispositivo elétrico, como Ray o chamaria, ou eletrônico ou digital como o chamamos. Como eu queria dividir, compartilhar a emoção sentida! Pensei eu quantos conhecidos teriam tido esse prazer, quantos amigos, amores, familiares teriam se deleitado com essa breve e deliciosa história. Concluí que talvez nenhum. Bradbury não é muito popular por aqui. Sabe quando vemos um bom filme com os amigos e depois vamos para um café ou um bar trocar ideias e impressões sobre o mesmo, dividindo a experiência e ao mesmo tempo a ampliando? Quando a emoção, a experiência estética parece grande demais para guardarmos apenas dentro de cada um e sentimos a necessidade de compartilhá-la? Me senti assim. Por isso escrevo e compartilho. Ler um livro é uma experiência solitária, mas se mais de um o leu podemos dividir e ampliar essa experiência. Como se uma avó carinhosa contasse uma história para os netos e depois eles pudessem, num conluio conspiratório, trocar opiniões e impressões sobre o que ouviram e sobre como a avó sabia contar histórias. De modo indireto estou me referindo ao conto.

Por esses dias escrevi no Facebook que queria uma androide pra chamar de minha. Podem ter entendido isso de vários modos, mas Bradbury deu a resposta. Nos diz como podemos utilizar bem as incríveis capacidades que ainda podemos desenvolver. Provavelmente não o faremos desse modo, infelizmente. São muito poucos que o leem, são poucos que contemplam a vida com a poesia necessária, como se esta fosse a avó carinhosa e esperta que nos conta histórias que nos encantam. O corpo elétrico que Ray Bradbury canta é o corpo da vida, passada, presente e futura. Um canto belo de um pássaro oculto na mata. Um canto que vem do passado e voa em direção ao futuro, mas que podemos registrar no presente como no instante fixado em uma fotografia. 

                                                                                                                Pomar

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Seja leve

Eleve

A consciência

Seja breve

Paciência

Que a vida

Lhe seja leve

E querida

Apenas leve

De quem lhe escreve

Nada mais

Do que te leve

À paz.

                                                    Pomar 2020


domingo, 31 de maio de 2020


CARTA AOS HUMANOS

Não somos comunistas nem capitalistas, somos humanos, queremos apenas viver em paz junto de quem amamos. Não somos políticos, mentiu quem disse que o homem é um animal político. Política é uma ficção, criada por degenerados. Todo político é um degenerado. Suas boas intenções são mentiras ou autoengano. São apenas criaturas sedentas de poder. Não o fossem lutariam para acabar com a política. Não precisamos de governantes, sabemos governar nossas vidas.
Nascemos puros, livres e criativos.
Não somos sequer religiosos. Estes também degeneraram. Nem sempre por sua culpa, é verdade. É uma crueldade o que fazem com as crianças, ensinando-lhes desde cedo uma ficção nefasta. Todas as religiões são ficções nefastas que ensinam a submissão, o medo e o ódio. Todas as religiões são políticas. Degenerados querendo poder.
Não queremos poder, não queremos reis, ditadores, governantes sacerdotes ou deuses, queremos apenas viver esse pouco tempo que temos entre familiares, amigos e amores, cuidando uns dos outros, nos divertindo e nos consolando, pois já existem agruras suficientes no viver.
Agora, políticos e religiosos, esses degenerados, nos ameaçam novamente, como na “guerra fria” com a possibilidade de uma 3ª, e talvez última, guerra mundial, com o potencial de destruir toda a humanidade. Pra quê? Pelo poder, pelo dinheiro, por um deus que não existe? Todas, causas de insanidade. Esses degenerados são loucos e podem nos destruir.
Precisamos urgentemente descobrir como tratar essa loucura.
Talvez devamos começar nos desvencilhando de ideologias e religiões, essas ficções insanas. Absolutamente não precisamos delas pra viver. Nem de governantes ou generais. Basta nos curarmos. É difícil nesta altura do campeonato, eu sei, mas os que ainda não degeneraram, os que ainda não perderam totalmente a sanidade, os que, entre nós ainda conservam alguma lucidez e criatividade, algum amor humano, estes precisam saber que está na hora de agir. Ou nos restará apenas contemplar o horror de nossa destruição.
                                                                                                          Paulo M. Pereira

sábado, 18 de abril de 2020

EM DEFESA DOS VELHOS



Alguns esclarecimentos iniciais: como muitas pessoas eu vi a fala do atual ministro da saúde, fala esta bem anterior à sua posse, mas que não deixa de ser seu pensamento, onde diz claramente que se tivesse que gastar o mesmo dinheiro na opção de só poder salvar um, entre um jovem e um velho, salvaria o jovem. Como já sou velho (não gosto do termo idoso) fiquei indignado. Também li em alguns comentários que essa seria uma parte da ética médica ensinada nas faculdades de medicina. Fiquei mais indignado ainda. Parece lógico, não? Parece, mas não é. Discorrerei a seguir sobre o porquê considero esse um argumento falso. Primeiramente com humor, que talvez seja o modo mais profundo de abordar a questão, embora quase sempre não pareça, posteriormente com argumentos ditos sérios. Vamos lá:
1-     Os seres humanos costumam fazer muita merda ao longo da vida. Acho que esse é um ponto pacífico. Tem gente demais no mundo. Outro ponto pacífico. Um jovem, por ter uma expectativa de vida maior vai fazer muito mais merda ainda do que um velho, que já fez a maior parte de merda em sua vida, que já diminuiu seu ritmo de fazer merda e por ter uma expectativa de vida menor, fará bem menos merda que o jovem. Portanto, será melhor para o mundo que se salve o velho. Além disso, o jovem tem mais possibilidade de ter filhos, que farão mais merda ainda, além de aumentar o índice populacional. É uma opção insana salvar o jovem.
2-     A segunda coisa é sobre a expectativa de vida. Não passa disso, expectativa. Vou dar um exemplo: digamos que o médico opte por salvar o velho e este viva mais dez anos. Ok, a expectativa de vida do jovem seria maior. Porém, digamos que na mesma situação o médico opte por salvar o jovem e, na semana seguinte à alta, esse jovem morra num acidente (jovens são mais propensos a isso) ou por qualquer outro motivo. Teria valido à pena, considerando que a missão do médico é preservar a vida de um modo geral. Não teria sido um desperdício de vida? Expectativa é uma coisa, realidade é outra. Não há como saber, de fato, quem morreria primeiro. Portanto a escolha não deveria se basear em algo desconhecido. Mas no que se basear, então?
3-     O ministro enfatiza a questão econômica “gastar o mesmo dinheiro”. Bem, a não ser que ele seja dono de um hospital ou clínica, não é ele quem vai gastar o dinheiro, somos nós, pagadores de impostos ou dos planos de saúde. Jovens raramente pagam impostos, a não ser os que qualquer cidadão paga, embutido no que se consome. Velhos são quem paga os impostos, de renda, da previdência, etc., além da maioria dos impostos embutidos no que os jovens consomem. São esses impostos que mantém os hospitais públicos e em parte os privados que recebem dinheiro do governo, além dos salários dos médicos e enfermeiros do sistema de saúde público. Se morrem todos os velhos, como no caso dessa pandemia que faz mais vítimas nessa faixa de idade, e faz muitas, como vai ficar a manutenção desses hospitais e dos salários de seus trabalhadores? Economicamente também é melhor salvar o velho.
4-     Por fim, mas não menos importante, vem a questão da sabedoria e experiência dos velhos. Cultuada nas culturas mais sólidas, mas não na nossa. Quem tem a experiência de vida? Quem vai saber agir diante de circunstâncias inesperadas? Quem tem a cultura, a experiência de vida, e já viveu e superou inúmeras dificuldades? E quem vai ensinar aos jovens? Quem vai ensinar aos médicos, aos engenheiros, aos empresários, aos filósofos, enfim quem vai ensinar aos profissionais qualquer ofício? O mundo contemporâneo ocidental, principalmente, passou a cultuar os jovens, que tem seus encantos, é verdade. A juventude é bela, é sensual, e vende. Talvez esse tenha sido o motivo, mas foi um grande erro. As consequências são óbvias e não me estenderei sobre isso. A juventude passa, os velhos sabem bem disso, afinal já passou pra eles. Mas a idade trouxe algo bem mais importante pra humanidade: a sabedoria. Nada mais necessário para a humanidade nesse momento de crise.
5-     Para finalizar, é claro que existem questões de caráter, de cultura, de habilidades e diversas outras que engrandecem o ser humano. Independente, em parte, da idade. Então, que sejam levadas em conta essas características, e não a idade. Também é claro que o melhor é nos prepararmos para que não haja a necessidade de escolha, como no caso citado. Que possamos salvar todas as vidas que disso necessitem. Esse foi um dos erros que citei acima. Os médicos, nesse momento, já estão tendo que escolher quem vive e quem morre. Nos próximos dias isso será ainda intensificado. Não estão divulgando isso, mas já é um fato. Por fim, como já é, infelizmente uma realidade, concluo, a favor dos velhos com o argumento de que um jovem tem muito mais possibilidades de se salvar sem ir para um respirador do que um velho, que certamente morrerá sem isso.                                     
                                                                                                                  Pomar, 2020.

domingo, 12 de abril de 2020

Um poema pro momento.



A ESPERA
Sei que tenho que esperar;
O difícil é ficar impassível
Quando cada segundo
Dói na carne.
Ainda mais porque sei
Que cada segundo é eterno.
Sua luz, sua energia
espalham-se infinitamente
Pela imensidão do Universo.
E o Universo também sofre,
Ele precisa dos segundos
Em que estamos juntos.
E que sejam muitos
Pois o Cosmos carece desse amor.
Cada segundo sem você
É vazio e dor
Contaminando as estrelas,
Isso gera o caos
E pode destruir tudo.
É preciso que fiquemos juntos
Muitos segundos,
O equilíbrio de tudo
Depende disso,
Desse amor percorrendo o espaço
Acendendo as estrelas,
Dando vida aos mundos
Mais distantes.
Não me faça esperar tanto,
Pois se deliro nesse instante
Da espera
É seu encanto
O que me cura
Quando lhe encontro.
                                                    Pomar.

terça-feira, 24 de março de 2020

2 Hipóteses sobre o Corona – Isso não é uma teoria de conspiração



Em 1º lugar quero deixar claro que isso é sério. Você vai perceber que o que vou dizer fará muito sentido. De início coloquei o Tico e o Teco pra pensarem fora da caixa sobre o que está acontecendo. Livre pensar é só pensar, como dizia Millôr. Para ser breve, depois de descartar outras hipóteses, mantive 2, que não são excludentes.
Antes, 2 explicações, guardem elas:
1ª- qualquer estudante de humanas sabe que as aposentadorias são um grande problema para qualquer economia no mundo.
2ª- já se sabe que os maiores disseminadores do vírus são os assintomáticos, em sua maioria jovens. O raciocínio é simples: quem apresenta sintomas é logo isolado ou internado portanto, contamina pouco. A maioria das pessoas não apresenta sintomas ou os apresenta leves, porém segue contaminando outros. Esse é o motivo do vírus contaminar tanta gente.
Então vamos às hipóteses:
1-    O vírus pode ter sido criado intencionalmente em laboratório com o objetivo de matar idosos. Já li que alguns cientistas refutaram essa hipótese. Também já vi muitos cientistas assegurarem inverdades em função de quem os patrocina.
2-    A atitude de alguns governos de não tomar atitudes imediatas e eficientes quanto ao vírus, como por exemplo a Itália, a Inglaterra, os EUA e o Brasil, para ficar só com alguns exemplos, vem de encontro à ideia de deixar que grande número de idosos morram resolvendo em grande parte a questão econômica relacionada às aposentadorias.
Encerrando: nenhum vírus anteriormente, inclusive os do tipo corona, escolheu esse modo de agir. Se fossem os mais frágeis a morrer, como divulgam bastante, muitos bebês estariam morrendo, já que ainda não desenvolveram defesas. Pensem nisso.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Dedos úmidos - por Pomar



              Dedos Úmidos é como era conhecido. O apelido tem origem literal. O nome? Ninguém nunca se importou. Quando passou a ter amigos, estes o chamavam simplesmente de Dedos, mas isso foi só na faculdade. Até então Dedos fora aquele menino estranho, solitário, que sofria bullying e rejeição principalmente por seus dedos que pingavam suor. Meninas sentiam nojo. Resumindo: Dedos, aquele cujas mãos estavam sempre úmidas, não tinha amigos. Especulavam se aquilo era de fundo nervoso, se Dedos era um psicopata, uns diziam que era um mutante e até de alienígena o chamaram. Dedos teve uma vida solitária. Quando muito era motivo de risos. Porém tudo passou quando Dedos foi pra faculdade.
                Já no primeiro semestre Dedos achou sua turma. Era a dos maconheiros. Foi a única que aceitou Dedos numa boa. Além do mais, foi aí que se descobriu uma boa utilidade para os dedos úmidos de Dedos. Sem falar que ele gostou muito da maconha. Deixava-o relaxado e suando menos nas mãos. Dedos desenvolveu uma grande habilidade para apertar baseados. Passou a ser chamado a, cada vez mais, reuniões e festas. Era sempre o cara convocado para apertar um. A mudança radical transformou a vida de Dedos em uma viagem festiva.
                 Embora ainda tímido, de festa em festa, a popularidade de Dedos ia aumentando. Até que aconteceu o previsível. Alguma garota achou que aqueles dedos úmidos poderiam servir para outras coisas. Foi Rosa. Essa garota foi Rosa. Quando apareceram juntos, banho tomado, Rosa com um sorriso no rosto, no meio da surpresa geral, algumas garotas começaram a olhar Dedos com outros olhares. E deu certo. Já com Rosa e com todas as que vieram depois, Dedos, antes de qualquer coisa, avisava: aquela transa seria única. Ele não queria nenhum tipo de compromisso com ninguém. E cumpria o prometido. Resultado: o terreno estava sempre livre para satisfazer a curiosidade das meninas. E a cada noite, ou mesmo dia, aparecia uma querendo ficar com Dedos. As noites de Dedos tornaram-se bem agitadas. Sempre com uma garota diferente. Isso durou até a formatura, que demorou seis anos e meio. Os mais otimistas calculam que cerca de mil mulheres passaram uma noite com Dedos. Os pessimistas apostam no dobro.
            Depois de formado, Dedos passou num concurso e foi trabalhar de caixa de banco. um emprego escolhido a dedos... úmidos. Me desculpe, mas parece ideal, não?
                As festas ficaram restritas aos fins-de-semana. Ainda assim as noites de Dedos não ficaram menos agitadas. A vida seguiu nessa balada até Dedos completar 30 anos. Sabe-se lá quantos milhares de mulheres depois. Isso que nesse período Dedos mudou de cidade duas vezes em função de seu trabalho no banco.
              No dia do seu trigésimo aniversário Dedos notou uma protuberância em cada mão. Logo após o mindinho. Não demorou muito para Dedos perceber que nasceram mais dois dedos, um em cada mão. Teve que ir ao médico, fazer exames e, ao fim das contas, tudo estava absolutamente normal exceto pelo fato de terem nascidos dois novos dedos nas mãos de Dedos. Vida que segue. As coisas começaram mesmo a ficar estranhas quando a pele de Dedos começou a esverdear. Mais exames, e resultado semelhante: tudo normal, fígado, rins, sangue, etc., a não ser pelo fato de Dedos estar ficando meio verde acinzentado. Nesse período a vida sexual de Dedos foi ficando escassa. Foi quando a coisa aconteceu. Havia chegado a hora.
                 De algum modo Dedos soube que chegara a hora de concluir sua missão.
PAUSA DRAMÁTICA
Antes de continuar essa narrativa, ao menos por ética, preciso avisar a você que o que passarei a contar daqui por diante é propositalmente ignorado por muitos, considerado lenda urbana pelos céticos, porém, alguns acreditam ser totalmente verdadeiro. E assustador, muito assustador. Conto o que sei, e deixo a seu critério e do tempo, a verificação da verdade.
FIM DA PAUSA
              Numa bela manhã de setembro Dedos deve ter acordado encharcado, com a pele queimando, e entendido que havia chegado a hora. Provavelmente tomou um banho e se arrumou para concluir o que começara há cerca de dez anos. Sua pele exalava incessantemente alguma coisa que vou chamar aqui de feromônio alien, por falta de nomenclatura adequada. Quem o viu, nesse período, diz que havia um cheiro sutilíssimo no ar, que se perdia nos outros cheiros da cidade. Naquela manhã de setembro, Dedos saiu. Sabia o que fazer. Percorreu a cidade calmamente, pegando uma condução aqui, outra ali. Apenas isso. Não sem antes comprar uma passagem para uma outra cidade na qual havia morado. E assim fez sua peregrinação final. Visitou todos os lugares nos quais havia morado ou passado um tempo. Sempre exalando quase imperceptivelmente bilhões dos tais feromônios. Depois, alguém, que alguém conhece, diz ter dado uma carona a Dedos até uma praia deserta à noite e testemunhado quando uma nave esférica pequena desceu rapidamente, surgindo do nada, e pousou perto de Dedos, que entrou na nave e desapareceu com ela do mesmo modo como a mesma havia surgido.
            Eu sei que até aqui essa história parece algum tipo de alucinação ou delírio coletivo ou particular, tanto faz. O que surpreendeu mesmo foi o que aconteceu depois. Aí, sim, comprovado por muitos. Se soube, por motivos óbvios, algum tempo depois, mas por esses dias de perambulação de Dedos, todas as mulheres que haviam tido relações sexuais com ele engravidaram. Todas. Isso inclui Rosa, supostamente a primeira. Não importa se tiveram relações com Dedos há um mês ou há dez anos. Se usaram camisinha, se tomaram anticoncepcionais, ou qualquer outro método. Tanto na época que transaram com Dedos como nesse momento em que todas engravidaram. Claro que cada uma pensou que engravidara do então, atual marido ou namorado. Mesmo não entendendo como aconteceu, no caso das que usavam métodos contraceptivos. Algumas estavam sem fazer sexo por essa época e ficaram assustadíssimas ao saberem de seu estado.
             A partir daquela informação do desaparecimento de Dedos, um grupo de seus conhecidos, que já trocava ideias no Zapzap sobre Dedos Úmidos desde o surgimento dos sextos dedos, resolveu investigar. Refizeram um tempo depois o percurso final de Dedos, procuraram conhecidas e amigas que haviam estado com Dedos e o que acabaram percebendo foi isso: todas estavam grávidas.
              Outra coisa que descobriram, dessa vez pela internet, foi que no dia do desaparecimento de Dedos, em vários locais, nos cinco continentes, houve avistamentos de óvnis, semelhantes ao descrito por mim, segundo a testemunha citada. Isso aguçou mais ainda a curiosidade do grupo.
           Cerca de nove meses depois da peregrinação de Dedos veio o Baby-Boom. Exceto por algumas que abortaram, o grupo calcula que Dedos teve quase dois mil filhos. Isso porque todos os recém-nascidos que conseguiram visitar pareciam absolutamente iguais. Todos, claro, a cara de Dedos. E com mãozinhas e pezinhos úmidos.
               O grupo se assustou muito com isso. Concluíram que a partir dos vários outros avistamentos de óvnis, poderiam ter estado no planeta muitos “Dedos”, cumprindo uma missão de reprodução em larga escala. Uma invasão alienígena silenciosa. Criando uma geração de alienígenas, cujo método de reprodução inter-espécies, muito estranho a nós e muito eficiente logo os tornará a maior população do planeta. Logo se tornarão eles os governantes de cada nação do planeta. Em algumas décadas serão eles os governantes do planeta. Não se sabe qual é o plano para nós. Se nos escravizarão ou nos eliminarão. Tudo ainda é muito vago, só uns poucos acreditam que isso está realmente acontecendo, enquanto a maioria ignora ou desacredita das evidências.
          O tempo dirá quem tem razão. O problema é que, se essa história for real, pode ser tarde demais quando perceberem. Só peço a você que fique atento. A história pode não ser bem essa, mas pode ser real. Pode estar acontecendo bem agora. Enfim, cabe então lhe perguntar: você conhece alguém que sue excessivamente nas mãos?

                                                  

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O CÃO

Fico impressionado de como o ser humano não se dá conta das armadilhas em que cai. Einstein, um gênio, declarou que a estupidez humana é infinita. É difícil não lhe dar razão. Espero que ao menos ela permita que compreendam o que vou relatar sobre o cão.
Pra início de conversa, se você acredita em um Deus Criador, seja ele qual for, você não deveria ter um cão. Direi porquê. Em primeiro lugar, o cão não é uma criatura de Deus. De nenhum deus. Não existem cães na natureza. Podemos afirmar, embora não conste de nenhum livro sagrado, que um deus criador tenha criado até os dinossauros, mas nunca que tenha criado algum cão. Logo vem a pergunta: então quem teria criado o cão? Você sabe? 
Os estudiosos dizem que o cão é uma criação do homem. Porém não sabem dizer quando nem onde e muito menos como. Os cientistas que analisaram recentemente o DNA dos cães, afirmam que todos os cães descendem do lobo. Já não é uma boa notícia, mas vamos refletir um pouco. Esses mesmos cientistas que certamente são evolucionistas, afirmam que as diferentes espécies que existem na natureza levaram milhões de anos de adaptação para se tornar o que são. Uma galinha, por exemplo, teria evoluído de pequenos dinossauros que viveram há muitos milhões de anos. Eles obviamente não acreditam em um deus criador. Mas, sigamos. A espécie humana, segundo esses mesmos cientistas, existe há cerca de 300 mil anos. Certamente teriam se passado muitos milhares de anos até que, segundo essa hipótese, pudessem transformar lobos em cães. Vai vendo.
Existem hoje mais de 400 raças de cães. Se um animal leva milhões de anos de adaptação para formar uma nova raça, como lobos, em menos de 200 mil anos, provavelmente em menos de 100 mil anos poderia se transformar em 400 raças, tão diferentes entre si como um pinscher e um fila, um pequinês e um doberman. Não lhe parece que tem alguma coisa errada aí?
Agora vamos olhar a questão sob outro ângulo. Aquele que eu citei lá no 2º parágrafo. Simplificando a questão: se você acredita em Deus certamente não desconhece o Diabo. Tente lembrar por quais nomes o diabo é chamado. Se quiser dê um Google. Não tenho dúvida que entre os nomes encontrados lá estará Cão! Então reflita comigo: se Deus não criou o cão e o próprio diabo é chamado de Cão, não é um tanto óbvio que os cães derivam do demônio? Mais uma coisa que pode ser só uma coincidência linguística: na língua mais falada no ocidente Deus se escreve God, lendo de trás para a frente, coisa típica de Satanás, você deve saber, temos Dog, que quer dizer cão. Mas isso é irrelevante.
Você deve estar se perguntando nesse momento: mas por qual motivo o diabo teria criado o cão? Bem, isso é lá com ele, mas podemos tentar elucidar. Pra começarmos vamos pensar em qual coisa vem primeiro à cabeça quando nos referimos aos cães. Você também deve ter pensado na frase “o cão é o melhor amigo do homem”, certo? Não seria o diabo querendo tomar o lugar de DeusAfinal, se você acredita em Deus também deve crer que Este seja seu melhor amigo e não o cão. O diabo mora nos detalhes. Prossigamos, sabe-se hoje que um cão pode entender cerca de 200 a 300 palavras e se comporta de acordo com o que entende. Não utilizamos muito mais que isso no dia-a-dia, logo um cão, que quase sempre está próximo do dono fica sabendo praticamente tudo o que seu dono diz. A quem isso interessaria? Não a Deus certamente, por ser onisciente e onipresente. O cão pode estar servindo ao seu verdadeiro dono e criador. Acho que você já sabe a quem estou me referindo. Além disso tem aquela subserviência que os humanos adoram. O cão está sempre perto de seu dono, faz aquela festa enorme quando este chega, mesmo que só tenha saído por 10 minutos. Sobe no colo, lambe o dono, dorme junto se lhe for permitido, enfim, acaba suprindo quase todas as carências afetivas de seu dono, que acaba lhe dedicando mais amor até do que aos seus parentes, amigos ou amantes. É bem fácil percebermos isso. Creio que não estou errado em afirmar que, na prática, o homem acaba dedicando mais amor ao seu cão do que ao próprio Deus que ele acredita ser. Mais uma estratégia do Demo para desviar a atenção e o afeto do ser humano. Ao contrário do que se pensa comumente, o dono acaba virando escravo de seu cão, e em se tratando de deuses e demônios, a quem interessa escravizar o homem?
Eu poderia discorrer muito mais sobre o assunto, dos cães criados para matar; por Hitler, por exemplo, que era um satanista. Da lenda do lobisomem, um monstro assassino meio homem meio lobo (lembra do que dizem da origem do cão?). Pessoas fazendo sexo com cães. Tudo faz parte da estratégia do verdadeiro criador do cão. Portanto deixo aqui um conselho: se você é temente a Deus, afaste-se do cão!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Dêerre brasileira ou como salvar o Brasil de si mesmo em pouco tempo.

(à maneira de Swift – obviamente sem o brilhantismo deste)

Atenção! Este é um texto de humor politicamente incorreto, sarcástico, irônico que tende a desagradar pessoas sensíveis. Se for o seu caso: afaste-se para evitar o mimimi. Também é absolutamente desaconselhável para menores de 18 anos e esquerdistas. Especialmente esses últimos que não vão entender picas.

Trilha sonora inicial: (vá ouvindo enquanto lê)


Para começar a DR proponho de cara a separação. Saporra é grande demais e se em mais de 500 anos não conseguimos arrumar a bagaça e sequer saímos da barbárie a solução é diminuir a encrenca.
          Pode chorar, bater pezinho, gritar, ir pra casa da mamãe, mas nosso caso acaba aqui.
          Vou começar pela região norte, aquele monte de mato alagado, cheio de cobras, jacarés, camelos, malária e índios. A gente vende tudo pro Trump. Com o dólar a 4,50 não vamos mais nos preocupar com grana e vai dar pra transformar o que sobrar numa Suécia, numa Dinamarca ou qualquer país de primeiro mundo que você achar legal. Mas calma, a coisa não para por aí.
          Também temos que nos livrar do Nordeste, a região mais atrasada do (vamos chamar de) antigo Brasil, que só serve pra plantar maconha e, como sabemos, esta planta está proibida até o momento. Consequentemente é uma região que não serve pra nada. Declaramos a independência da região e deportamos pra lá todos os “baianos” de São Paulo e os “paraíbas” do Rio, incluindo o cidadão mais honesto do antigo Brasil, que deverá se entender com os “coronés” da região e voltar a dividir tudo em Capitanias Hereditárias, se é que já superaram essa fase. De quebra vamos construir menos prédios e favelas no Brasil que restar. Não é má ideia deportarmos para lá todos os petistas, psolistas e assemelhados, já que gostam muito de pobreza. Esse novo país poderá se chamar Nova Venezuela ou Caetanópolis, como preferirem. A partir da independência da região fecharemos a fronteira. Podemos usar parte do dinheiro do Trump pra construir um muro na mesma.
          Também daremos independência ao Centro-Oeste, desde que fiquem com Brasília incluindo o Congresso (e seus integrantes), a presidência, o STF o agronegócio e tudo o mais. Vai facilitar porque esse novo país já terá governo formado, judiciário e o escambau. A única condição será nos devolverem o Moro. Tenho até uma sugestão de nome: Sertanópolis. Aliás, todos os cantores sertanejos deverão ser deportados para lá.
          Tem mais: o Rio Grande do Sul, também conhecido por Uruguai do Norte, onde se fala um dialeto derivado do castelhano, oriundo da antiga Província Cisplatina, será negociado com o Uruguai. Em troca podemos garantir por muitos anos o fornecimento de leite e de erva mate, que será devidamente tostada para fazer a deliciosa bebida refrescante que conhecemos ao invés daquela coisa verde nojenta e amarga que consomem por lá. Os caras até hoje não aprenderam a tostar o mate. Merecem cair fora.
          Só não sei muito bem o que fazer com o Espírito Santo. Um lugar que ninguém sabe muito bem o que tem por lá. Só se passa por ali. Como não iremos mais para o Nordeste por terra (lembrem do muro), não vai servir mais pra nada. Talvez, em função do nome, possa se tornar uma espécie de Vaticano de evangélicos. Um Estado teocrático-monárquico independente que poderá ser governado por Edir Macedo. Como tem um bom pedaço de terra que até hoje só serviu pra fazer estradas, podemos enviar pra lá evangélicos e cantores gospel.
          Assim teremos um novo Brasil bem menor e administrável, bastante rico (lembrem da grana do Trump), industrializado e que nem precisará mais ser dividido em estados. Não teremos mais governadores e deputados estaduais, que aliás os atuais estarão todos na cadeia (lembrem que ficamos com o Moro). Faremos uma nova Constituição, criada por pessoas instruídas e independentes (sem políticos na parada) tornando o novo Brasil um país verdadeiramente laico, com um sistema judiciário rápido e eficiente, sem privilégios para nenhuma classe, sem estatais, com o governo aplicando o dinheiro dos poucos impostos (e do Trump) apenas no que interessa: escolas, hospitais, transportes, saneamento e segurança. E sem almoço grátis porque isso não existe. Afinal todos serão muito bem pagos (lembrem do... tá, vocês já sabem). Nada de serviço militar obrigatório, apenas forças armadas profissionais e bem equipadas. Enfim, com um país bem menor e próspero, podemos construir um Estado que esteja de fato inserido no século 21. Para isso, é verdade, alguns sacrifícios se fazem necessários.
Trilha sonora final: