Este é um blog de arte. Pode conter humor, magia, poesia, e sabe-se lá mais o que. Não tem absolutamente nenhum objetivo comercial. Um lembrete: os textos de minha autoria publicados aqui podem ser copiados, citados, reproduzidos, desde que referenciados a fonte e o autor. Para eventuais publicações de caráter comercial será necessária minha autorização expressa.
Quem sou eu

- Pomar (Kirinus Quântico)
- Um vagabundo do infinito. Por ter iniciado minha vida artística na ditadura sempre utilizei pseudônimos. Poeta da chamada "geração mimeógrafo". Colaborei em alguns jornais e revistas, criei e editei a revista "Energia", o programa de rádio "Solitário nunca mais", atuei e/ou dirigi diversos espetáculos teatrais, entre eles: "Teatro relâmpago Show", "Curso para Contemporâneos", "O Labirinto", "Noites em Claro", "Vida Acordada", "A Improvisação da Alma" e "Dorotéia". Criei e dirigi o grupo de pesquisa teatral "Vagabundos do Infinito". No momento além do single "Canção ao coração de Andressa" estou lançando o álbum musical "Misturadinho" em parceria com Paulo Guerrah e JMaurício Ambrosio.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
CARTA À LUA
Senhora,
ao ver seu reflexo espelhado nas águas
mergulho no mais profundo de minha alma,
e nessa negra escuridão de mim
percebo a imagem distorcida e confusa
da minha existência
e sucumbo afogado nesse caos borbulhante...
E vem a sua luz
e me arranca dessas profundezas abissais
e me transporta, como um foguete,
ao cosmos infinito do que verdadeiramente sou.
E nele compartilho essa luz
numa explosão divina de êxtase amoroso,
e compreendo, senhora,
que se sou reflexo
também sou luz.
E agradeço o seu amor.
Pomar, 04/01/2014
Senhora,
ao ver seu reflexo espelhado nas águas
mergulho no mais profundo de minha alma,
e nessa negra escuridão de mim
percebo a imagem distorcida e confusa
da minha existência
e sucumbo afogado nesse caos borbulhante...
E vem a sua luz
e me arranca dessas profundezas abissais
e me transporta, como um foguete,
ao cosmos infinito do que verdadeiramente sou.
E nele compartilho essa luz
numa explosão divina de êxtase amoroso,
e compreendo, senhora,
que se sou reflexo
também sou luz.
E agradeço o seu amor.
Pomar, 04/01/2014
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
CICATRIZ
na corrida louca
dos espermatozóides ,
querendo nascer .
e você também .
e ver ela mugir
de prazer .
e te deixar maluca .
Quero meter minha língua em tua nuca
e te lamber o cerebelo
naquele ser inteiro
e puxar a linha
arrepiar-te os pêlos ,
e te fazer feliz .
Pomar
Pomar
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Zooilógico
Talvez você me ame mais do que pensa
Até porque pensar não tem muito a ver com isso
Talvez não
Talvez a gente sequer saiba o que é amar
Pode ser uma disfunção hormonal
Um distúrbio glandular qualquer
Mal sabemos o que somos verdadeiramente
Ou onde estamos
Nossa ciência tem apenas hipóteses vagas
E imprecisas
Sem nunca ir ao âmago de nenhuma questão
Doce pretensão a de saber aonde levam
Os caminhos do coração
Talvez nossos caminhos se encontrem
Como paralelas no infinito
Talvez sigam direções opostas
Talvez seja difícil, talvez seja bonito
Tanto faz
Pode ser impossível precisar o destino
E no entanto
O encontro é preciso
E todo o resto pode ser cenário
Talvez o mundo possa ser parado
Talvez o tempo não possa mais ser medido
Talvez os sonhos possam ser reais
Pode ser que sejamos animais
Trancafiados no zoológico das idéias
Com a chave do lado de dentro
Talvez seja apenas uma opção
De abrir a jaula e ver o que nos espera
Do lado de fora
Ou aceitarmos os amendoins e as bananas
E nos limitarmos a jogar merda nos passantes.
Pomar.
Até porque pensar não tem muito a ver com isso
Talvez não
Talvez a gente sequer saiba o que é amar
Pode ser uma disfunção hormonal
Um distúrbio glandular qualquer
Mal sabemos o que somos verdadeiramente
Ou onde estamos
Nossa ciência tem apenas hipóteses vagas
E imprecisas
Sem nunca ir ao âmago de nenhuma questão
Doce pretensão a de saber aonde levam
Os caminhos do coração
Talvez nossos caminhos se encontrem
Como paralelas no infinito
Talvez sigam direções opostas
Talvez seja difícil, talvez seja bonito
Tanto faz
Pode ser impossível precisar o destino
E no entanto
O encontro é preciso
E todo o resto pode ser cenário
Talvez o mundo possa ser parado
Talvez o tempo não possa mais ser medido
Talvez os sonhos possam ser reais
Pode ser que sejamos animais
Trancafiados no zoológico das idéias
Com a chave do lado de dentro
Talvez seja apenas uma opção
De abrir a jaula e ver o que nos espera
Do lado de fora
Ou aceitarmos os amendoins e as bananas
E nos limitarmos a jogar merda nos passantes.
Pomar.
Palavras
Palavras, palavras,
o que são as palavras?
Que substância as compõe?
Palavras não tem cheiro
nem sabor,
e você não pode pegá-las.
Pode talvez tocá-las com os dedos
quando as encontra escritas,
experimente agora.
E por mais suave e sensível
seja seu toque,
pouco poderá saber delas.
Você não pode comê-las,
pode apenas ler e ouvi-las
e tentar entender seu sentido,
mas não há sentido nenhum,
não pode ser sentido.
Sua substância é a mesma
que compõe o vento,
mas as palavras não agitam seus cabelos
nem arrepiam sua pele,
não têm dimensão.
Você não pode bebê-las
nem usá-las como um bálsamo,
não pode colhê-las.
Não pode nem mesmo percebê-las,
pois digo uma coisa
e você ouve algo diverso,
e nada pode ser definido
em palavras.
E no entanto
você não pode viver sem elas.
Estão em seu pensamento
todo o tempo
quando não é silêncio,
e o que você diz de algo
não é a coisa em si,
e o que tem da coisa no que diz
está no silêncio entre as palavras,
no espaço entre elas.
E o espaço é um lugar
muito perto do nada.
Palavras...
O que quero dizer
não pode ser dito
nem escrito,
você não pode saber
o que sinto.
Olhe em meus olhos
profundamente
e só verá o escuro,
o negrume que os guia para a luz
e, ainda assim, negrume.
E ver o escuro
é muito perto de nada ver.
Tente tocar minha pele
como tentou tocar as palavras
agora há pouco.
Pouco poderá saber de mim,
a não ser que habito um corpo
que não possuo
entre os segundos que pontuam a eternidade.
Minha morada
é o nada entre um tempo e outro tempo,
e seu toque desfaz
o pouco que restava de mim,
deixando apenas em seus dedos
o brilho sutil como um pó
do que fora a asa de uma borboleta
que me sonhou.
Palavras, palavras, palavras,
não posso tocá-la
com elas,
nem com meus dedos,
nem posso bebê-la com meus lábios,
não posso dizê-la.
Sou o silêncio entre elas
o espaço entre estrelas
que já se extinguiram,
mas cuja luz viaja infinitamente,
e as palavras
nada podem dizer do silêncio que as contém.
Pomar.
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